domingo, 26 de fevereiro de 2012

A história da Lambretta no Brasil




A Lambretta foi a primeira fábrica de veículos do Brasil, saindo a frente até mesmo da indústria automobilística. A implantação da fábrica Lambretta do Brasil S.A.- Indústrias Mecânicas aconteceu em 1955 , como uma licenciada da Inocentti, no bairro da Lapa em São Paulo.


No Brasil, a produção entre 1958 e 1960 foi o apogeu da marca,quando superou a quantidade de 50.000 unidades por ano. Curiosamente, pouquíssimas unidades dessa época ainda restam, sendo que a maioria das Lambrettas remanescentes são da década de 60.


Um dos pontos fortes da Lambretta, ao contrário da sua maior concorrente - a Vespa, era a boa estabilidade, devido ao baixo centro de gravidade proporcionado pelo motor próximo da roda traseira. O motor 2 tempos tinha boa refrigeração mesmo em Marcha lenta, proporcionada por uma ventoinha.


Os primeiros modelos fabricados no Brasil foram as Lambrettas Luxo ou LD e as Stander ou D, cuja maior peculiaridade eram o farom fixo no quadro frontal e o motor com eixo cardan.


A partir de 1960 foi lançado o modelo LI (corresponde ao modelo "série 2 " que foi lançado pela Innocenti na Itália em outubro de 1959) que substituía o eixo cardan por corrente, câmbio de 4 Marçoas, pneus aro 10" ao invés de 8" além de outras modificações, inclusive na versão Lambrecar.


Em 1964 a fábrica lançava uma versão com um motor mais potente, O modelo X de 175cc. Muda sua denominação para Cia. Industrial Pasco Lambretta (veja propaganda abaixo), fazendo apenas uma mudança da razão social: Pasco é a abreviatura de Pascowitch, nome do proprietário da empresa desde sua implantação inicial.


Em 1970 Felipe Pugliese, então o maior acionista, comprou a fábrica juntamente com o empresário Oliveiro Brumana. mudando a razão social da fábrica para Brumana & Pugliesi S.A. - Indústria e Comércio de Motores e Veículos. Começou então uma tentativa de recuperação da fábrica: foram construídas novas instalações, na via Anhangüera, com 19 mil metros quadrados de área e 12 mil construídos. Foi adquirido maquinário completo para produzir uma 125cc nacional.

Em 1971, numa tentativa de melhorar o mercado, a Lambretta lançou uma moto híbrida com motoneta, a Xispa, com projeto e componentes totalmente nacionais em versão de 150cc e 175cc que ficou em linha até 1979.



Mas a indústria automobilística já tinha se implantado e o mercado das motocicletas se aquecia com a entrada das japonesas. A Lambretta quase fechou neste momento. Em 1976 a Brumana Pugliese lança o ciclomotor Ponei, utilizando componentes da Xispa e um motor parecido com o da Garelli, ficando em linha até 1980.

O modelo LI evoluiu para a bela Cynthia lançada em 150 e 175cc, ao mesmo tempo que era lançada a MS150 que era mais estreita que a primeira e tinha as tampas laterais cortadas, pelo que recebeu o apelido de "mini saia".

Mas faltou capital e a Honda e a Yamaha lançaram primeiro suas 125 cc, e o maquinário ficou guardado em um canto da indústria, sem qualquer utilização. A Lambretta parou de produzir a motoneta (scooter) e passou por uma grande crise. Finalmente em 1979, como último suspiro, lançou a Lambretta Br Tork nas versões 125P, 125T e de 150cc, voltado para o segmento de veículos populares com preços acessíveis.


A fábrica faliu em 1982. Sua congênere na Argentina a Siambretta fechou as portas no final da década de 60. Hoje a Lambretta ainda é produzida na Índia pela "S.I.L" ( Scooters India Ltd) porém somente o triciclo conhecido como "Tuk Tuk".

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Apresento a vocês a minha Lambretta 65

Em 2005 comprei uma Lambretta 61, que foi a minha porta de entrada para o mundo das motonetas. Foram 4 anos restaurando mas, com o casamento e a chegada do primeiro filho, acabei tendo que me desfazer dela.

No inicio deste ano apareceu a oportunidade de comprar uma nova Lambretta LI 150, acredito ser do ano de 65. Eu conheci ela montada quando o antigo dono a comprou. O problema é que ele resolveu desmontar para pintar e acabou nunca mais montando ela. Ela rolou de oficina para outra e algumas peças se perderam, entre elas os bancos que são raros e caros.

Após 6 anos jogada ele me ofereceu a mesma para desocupar espaço. Com o preço acertado, trouxe a "Encrenca" para casa:










Parece um gafanhoto a Lambretta desmontada. Bom, por enquanto é isso, na próxima postagem vou mostrar a vocês a desmontagem do motor enquanto eu não acho alguém para jatear e dar fundo wash primer nas peças.

Outra pretensão minha para esta Lambretta: comprar um compressor e fazer eu mesmo a pintura!

Abraços a todos!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Vídeos de Santa Catarina em Vespa e Lambretta 2012


Boa noite amigos, já estão disponíveis na Internet os primeiros vídeos do encontro sul brasileiro de Vespas e Lambrettas, que neste ano foi realizado em Blumenau, SC.



Mais uma vez parabéns a turma de Blumenau que organizou este maravilhoso encontro e um abraço a todos os que participaram e mostraram que as motonetas estão de volta!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Panauto e a Vespa no Brasil (1958 - 1964)


A Vespa foi montada pela primeira vez no Brasil em 1958 pela empresa Panauto S.A., que tinha escritório na Av.Presidente Vargas, 463 - 21º andar e fábrica na Av. Antares 2346 em Santa Cruz, ambos endereços no Rio de Janeiro.


A Panauto era uma licenciada da Piaggio Italiana e a inauguração da fábrica brasileira coincidiu com a moda mundial da motoneta ( scooter ), na década de 50.

O primeiro modelo lançado pela Panauto foi a Vespa M3 (3 marchas), equivalente ao modelo italiano VB1T. Era oferecida nas cores cinza opalescente ou azul metálico (esmalte metalizado azul 15088 e 15089). Veremos este modelo e os outros fabricados no Brasil com detalhes num próximo tópico.


Em 1960 foi lançado a Vespa modelo M4 (4 marchas), com a mesma mecânica da M3 mas utilizando peças de câmbio do modelo VBB1T italiano. Visualmente era igual a M3, com pequenas diferenças tais como a lanterna traseira mudada para o modelo "nariz do papa", o estepe sai da traseira e passa a ser posicionado junto a pedana frontral e a "crista de galo" do para lama frontal fica mais baixa.



Também em 1960 a Panauto lança um outro modelo: o Vespacar. Na época este modelo foi muito utilizado para pequenas entregas e comércio de cachorro quente. Na Av. Atlântica - Rio de Janeiro, por exemplo, eram proibidos os quiosques e uma forma de colocar a venda os produtos era todos os dias estacionar os Vespacar vendendo cachorro quente e refrigerantes como feito pela rede "Geneal" . O antigo DCT- Departamento de Correios e Telégrafos (hoje ECT), utilizava o Vespacar para entregas





Em 1964 a Panauto fechou suas portas, talvez em virtude da Lambretta ter dominado o mercado nacional, encerrando assim o primeiro ciclo da Vespa no Brasil.


Atenção: estou em busca de imagens e mais informações sobre a Panauto S.A., se alguem tiver algo agradeço se enviar para fuscazul72@gmail.com

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Encontro SC em Vespa e Lambretta

Boa noite amigos, começou hoje o encontro Sul brasileiro de lambrettas e vespas...

Infelizmente a minha PX ainda não estava pronta para participar então tive que ir a pé mesmo ao menos para conhecer os amigos!

E claro, aproveitei para registrar algumas imagens do encontro!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Apresentando a minha Vespa M4...

Boa noite a todos, começo hoje a conta a história da minha paixão por motonetas. Nunca fui grande admirador de motos e afins mas desde 2005, quando comprei a minha primeira Lambretta LI 61 nasceu em mim uma admiração por este modelo. Com o tempo e as novas aquisições, familia cresceu e a paixão também.

Vespas e Lambrettas foram clássicos de sua época, e o são até hoje, e arrebataram fãs e apaixonados pelo mundo todos.

Nesta minha primeira postagem vou apresentar a vocês a minha Vespa M4 ano1963. Adquirida como sucata, esta pequeninha foi remontada pelo meu amigo Cesar das Vespas e após 4 anos ela ficou pronta para uso.

Em 2007 eu comprei uma Vespa PX azul 86, placa amarela, funcionando... o rapaz me ofereceu junto outra vermelha 86, placa cinza, só que não funcionava... acabei comprando a segunda para tirar algumas peças para a azul... peguei apenas alguns detalhes como o painel que estava novo... e ela ficou lá, inteira, mas como não funcionava, sem utilidade... infelizmente não tirei nenhuma foto dela...

Algum tempo depois soube que um amigo tinha comprado uma Vespa antiga desmontada e que o vendedor prometeu entregar montada... mas já tinha se passado 2 anos e nada de entregar a Vespa...ofereci então a PX vermelha pela Vespa antiga, sem prazo de conclusão da montagem... o meu amigo aceitou na hora, afinal, a minha estava montada.

Mais dois anos se passaram e aos poucos a M4 foi ganhando vida...














Até que no dia 31 de dezembro de 2008, isso mesmo, no último dia do ano, o sr. Cesar terminou de montar a minha M4 (era chamada assim pois diferente da anterior, tinha cambio de 4 marchas).





Minhas pretensões com ela agora é desmonta-la novamente para realizar um serviço completo de restauração... talvez mude a cor dela...

Em breve eu posto novas fotos para vocês das minhas outras motonetas!